Verbo
É a palavra variável que exprime fatos:
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- Ação – (indica uma situação, um julgamento – “acho sua atitude repugnante”; uma declaração – “o mundo aclamou o poeta”).
- Estado – (transitório “eu estou feliz”; permanente “eu sou feliz”; aparente “ eu pareço feliz”).
- Mudança de estado – ( o príncipe virou mendigo)
- Fenômenos da natureza – (Chove bastante em Manaus)
Situando-os no tempo presente, passado e futuro.
Porém,
Tudo depende do contexto – observe:
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Eu ando louco de saudades! (estado transitório) O velhinho anda depressa! (ação)
O bandido virou mocinho (mudança de estado0 O bandido virou a mesa! (ação)
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Choveu durante a madrugada (fenômeno da natureza – ação – impessoal) choviam pétalas de flores! (ação – sentido figurado – pessoal, ou seja, há sujeito)
1ª – a pessoa que fala – eu/nós
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2ª – a pessoa com quem se fala – tu/vós
3ª – a pessoa ou coisa de quem se fala – ele/ela/eles/elas
Conjugação verbal:
1ª – AR
2ª – ER
3ª – IR
Obs.: o verbo pôr e seus compostos (repor, compor, depor, etc) originam-se da forma latina ponere / poer.
Estrutura verbal:
R VT DMT DNP
Gost – a – ria
Gost – a – ria – s
Gost – a – ria
Gost – a – ria – mos
Gost – a – ríe – s
Gost – a – ria – m
Radical – elemento mórfico básico (basta tirar o –ar, -er, -ir do verbo na forma do infinitivo).
Vogal temática – designa a qual conjugação pertence o verbo.
Tema – é o radical acrescido da vogal temática (é a parte que está pronta para receber as desinências ou sufixos).
DMT – designa o modo e o tempo.
DNP – designa o número e a pessoa.
Locução verbal (função geral):
- Verbo auxiliar (não tem sentido próprio) + verbo principal (infinitivo, gerúndio ou particípio)
- Somente o auxiliar recebe flexão de modo, tempo, número e pessoa.
- Entre o auxiliar e o principal no infinitivo pode aparecer ou não uma preposição (de, em, por, a, para) “hei de estudar”.
Exs.:
Tente facilitar as coisas! Estou trabalhando muito! A janela foi quebrada pelo menino!
Locução verbal que forma a voz passiva:
Verbo auxiliar (ser ou estar) + verbo principal (particípio)
O túmulo foi violado pelo bandido
Locução verbal que forma o tempo composto ( o verbo está ativo):
Verbo auxiliar (ter ou haver) + verbo principal (particípio)
Eu tenho facilitado as coisas! Eu hei de facilitar as coisas!
- Esquema:
Esquema:
Presente – bato
Imperfeito – batia
Indicativo Pretérito perfeito – bati composto – tenho batido
Mais-que-perfeito – batera composto – tinha batido
Presente – baterei composto – terei batido
Futuro
Pretérito – bateria composto – teria batido
Presente – bata
Imperfeito – batesse
Subjuntivo Pretérito perfeito (não há) composto – tenha batido
Mais-que-perfeito composto – tivesse batido
Futuro – bater composto – tiver batido
Afirmativo – bate tu
Imperativo
Negativo – não batas tu
Infinitivo – bater composto – ter batido
Formas nominais Gerúndio – batendo composto – tendo batido
Particípio – batido composto – (não há)
Formas Nominais:
- Infinitivo – Nomeia o verbo, é a ação verbal propriamente dita. Caracteriza a conjugação verbal. Tem valor de um substantivo.
Ex.: O morrer pertence a Deus!
- Gerúndio – indica uma ação em curso. Tem valor de advérbio ou adjetivo.
Exs.: A empregada serviu-me uma canjica borbulhando. (borbulhante)
Estamos envelhecendo!
Caminhando, caminhando ( no lugar do imperativo – caminhe)
- Particípio – indica uma ação já concluída. Tem valor de adjetivo.
Ex: O menino continuou calado
Verbos regulares
Diz-se que um verbo é regular quando se apresenta de acordo com o modelo de sua conjugação.
Cant – ar o radical não varia
Vend- er
Part – ir
Obs: não entram no rol dos verbos irregulares aqueles que, para conservar a pronúncia, têm de sofrer variação na grafia.
Exs.: carregar – carregue – carreguei – carregues
Ficar – fico – fiquei – fique
Não há, portanto os irregulares gráficos.
Verbos irregulares
Em algumas formas, apresenta modificação no radical ou na flexão, afastando-se do modelo da conjugação a que pertence:
Ouv – ir variação no radical em comparação com o infinitivo
Ouç – o
Perd- er
Perc – o
Est – ou variação na flexão em relação ao modelo
Est – as
Cant- o
Cant – as
Dividem-se em fracos e fortes.
Sent – ir Fracos são aqueles cujo radical da forma no infinitivo não se modifica no pretérito perfeito
Sent – i
Perd – er
Perd – i
Cab – er Fortes são aqueles cujo radical da forma no infinitivo se modifica no pretérito perfeito.
Coub –e
Faz – er
fiz
Verbos anômalos
É o verbo irregular que apresenta, na sua conjugação, radicais primários diferentes:
Ser ( reúne o concurso de dois radicais, os verbos latinos: sedere e esse).
Ir (reúne o concurso de três radicais, os verbos latinos ire, vadere e esse).
Obs.: alguns autores consideram anômalos o verbo cujo radical sofre alterações que o não podem enquadrar em classificação alguma: dar, estar, ter, haver, ser, poder, ir, vir, ver, caber, dizer, saber, pôr, etc.
Verbos defectivos
É o verbo que na sua conjugação não apresenta todas as formas:
Exs.: colorir, precaver-se, reaver, etc.
É preciso não confundir com os verbos impessoais que só se usa 3ª pessoa.
A defectividade verbal é devida a várias razões, entre as quais a eufonia e a significação. Entretanto, a defectividade de certos verbos não se assenta em bases morfológicas, mas em razões do uso e da norma vigente em certos momentos da história da língua. Daí certa disparidade que por vezes se encontra na relação das gramáticas. Se a tradição da língua dispensa, por dissonante, a 1ª pessoa do singular do verbo colorir (coloro), não se mostra igualmente exigente com a 1ª pessoa do singular do verbo colorar. Por outro lado, o critério de eufonia pode variar com o tempo e com o gosto dos escritores; daí aparecer de vez em quando uma forma verbal que a gramática diz não ser usada. É na 3ª conjugação que se encontra a maioria dos verbos defectivos. (Evanildo Bechara)
Há os seguintes grupos de verbos defectivos, em português:
- Os que não se conjugam nas pessoas em que depois do radical aparecem a ou o:
Exs.: banir, brandir, delir, explodir, exaurir, abolir, demolir…
Obs.:
Presente do indicativo:
1 – Se não há a primeira pessoa do indicativo, não há nenhuma pessoa no presente do subjuntivo (verificar tempos primitivos e derivados)
2 banes No imperativo afirmativo só haverá as segundas pessoas (singular e plural ) e não haverá imperativo negativo (verificar tempos primitivos e derivados)
3 bane Os restantes dos tempos verbais, conjugam-se os verbos alistados acima.
1 banimos
2 banis
3 banem
- Os que usam unicamente nas formas em que depois do radical vem i:
Exs.: adir, emolir, falir, remir, ressarcir…
1 – Se não há a primeira pessoa do indicativo, não há nenhuma pessoa no presente do subjuntivo (verificar tempos primitivos e derivados)
2 – No imperativo afirmativo só haverá a segunda pessoa do plural e não haverá imperativo negativo (verificar tempos primitivos e derivados)
3 – Os restantes dos tempos verbais, conjugam-se os verbos alistados acima.
1 adimos
2 adis-
3 –
- Oferecem particularidades especiais:
- Precaver(-se) e reaver.
- Adequar, antiquar.
- Grassar e rever – só se usam nas terceiras pessoas.
Obs.:
- Os verbos que designam vozes de animais, geralmente, aparecem na 3ª pessoa (singular e plural). São indevidamente arrolados como defectivos. Melhor chamá-los, quanto ao seu significado de unipessoais (referentes a uma só pessoa).
- Os verbos impessoais também são chamados indevidamente de defectivos. Em sentido figurados, conjugam em qualquer pessoa.
Verbos abundantes
É o que apresenta duas ou três formas de igual valor e função:
Normalmente esta abundância de forma ocorre no particípio.
- Comprazer e descomprazer
- Construir e seu grupo. (desconstruir, destruir, estruir, reconstruir…)
- Entupir e desentupir
- Haver
- Ir
- Querer e requerer
- Valer
- Imperativos dos verbos em –zer, -zir.
Podem perder o –e na 2ª pessoa sing.: faze tu (faz tu); traduze tu (ou traduz)
Tempos primitivos e derivados
Primitivos
Infinitivo impessoal
Presente do indicativo
Pretérito perfeito do indicativo
Derivados
Infinitivo impessoal: requerer
- Pretérito imperfeito do indicativo: requeria
- Futuro do presente: requererei
- Futuro do pretérito: requereria
- Infinitivo pessoal: requerer
- Gerúndio: requerendo
- Particípio: requerido
Presente do indicativo: requeiro, requeres, requereis
- Presente do subjuntivo: requeira
- Imperativo afirmativo: requere, requeira,
- Imperativo negativo: (presente do subjuntivo)
Pretérito perfeito do indicativo: requeri
- Pretérito m-q-p: requerera
- Pretérito imperfeito do subjuntivo: requeresse
- Futuro do subjuntivo: requerer
Vozes Verbal
Ativa
Forma em que o verbo se apresenta para normalmente indicar que o sujeito é o agente da ação verbal.
Ex.: Eu escrevi uma linda canção de amor.
Passiva
Forma verbal que indica que a pessoa é o objeto da ação verbal.
Exs.:
Uma linda canção de amor foi escrita por mim.
Obs.:
- O agente da passiva: é quem faz a ação expressa pelo verbo. Quem age sobre o sujeito paciente. É caracterizada pelas preposições: a, de por (pelo). Exemplo: Uma linda canção de amor foi escrita por mim. (por mim – agente da passiva)
- É escrita pelos verbos: ser, estar, ficar, ir, vir.
- Somente com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos.
- Voz passiva e passividade:
Voz passiva é a forma especial em que se apresenta o verbo para indicar que a pessoa recebe a ação.
Passividade é o fato de a pessoa receber a ação verbal.
Ex.:
Os criminosos recebem o merecido castigo.
Observe que o verbo receber está na voz ativa, não ocorreu uma transformação no verbo, não está em forma de locução que forma a voz passiva, porém, quem recebe o merecido castigo são os criminosos, portanto, há passividade, mas não há voz passiva.
Desdobramento da voz passiva
Voz passiva analítica:
Construída com os verbos auxiliares ser, estar, ficar, ir, vir e verbos TD e TDI como principal.
Ex.: Uma providência foi pedida pelo povo.
Voz passiva sintética:
O verbo TD ou TDI flexionado na 3ª pessoa, acompanhado pronome apassivador Se:
Ex.: Pediu-se uma providência ao prefeito.
Obs.:
- Se houver um verbo auxiliar na voz passiva sintética, ele aparecerá flexionado na 3ª pessoa, concordando com o sujeito paciente.
Ex. deve-se pedir uma providência ao prefeito.
- Finalidade da voz passiva sintética: enxugar o texto.
- Se o pronome pessoal oblíquo não estiver na mesma pessoa do sujeito, não ocorrerá a voz passiva.
Es.: A criança me olhou aflita.
- Diferenciar:
Sujeito indeterminado: Existe, mas não pode ser identificado. Quando for indeterminado, obrigatoriamente, a oração apresentará uma das seguintes ocorrências.
- O verbo na 3ª pessoa do plural, sem o pronome pessoal reto ou qualquer outro elemento.
Ex. : Querem acabar comigo.
- VI, VTI, VL flexionados na 3ª pessoa do singular e acompanhado da palavra SE, que vai funcionar como índice de indeterminação do sujeito.
Exs.:
Ia-se por este caminho diariamente.
Confia-se pouco no próximo.
Era-se mais feliz antigamente
Reflexiva
O sujeito faz e sofre a ação
Exs.: O menino feriu-se no brinquedo
Os noivos abraçaram-se felizes (reflexiva recíproca)
Verbos pronominais
São os verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos: me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa gramatical do sujeito. Há duas funções: pode expressar reflexibilidade ou reforçar a ideia já implícita no verbo, de que o sujeito é, a um só tempo, agente e paciente da ação verbal.
Sendo assim, há:
Verbos pronominais essenciais:
Estes são usados somente com os pronomes átonos. Denotam sentimento e não são reflexivos. São poucos os verbos essencialmente pronominais. (Exs.: apiedar-se, abster-se, ater-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, queixar-se, etc..
Obs.: Por exemplo, queixar-se já inclui a ideia de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (queixa) que recai sobre ela mesma. O pronome se apenas reforça essa ideia. Se não pode ser analisado como objeto, nem direto nem indireto, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; deve ser classificado apenas como partícula integrante do verbo, já que sempre é conjugado com ele.
“Chegado a rua, arrependi-me de ter saído” (Machado de Assis)
“Queixou-se duma dor de cabeça que a torturava” . (Eça de Queirós, Os Maias).
“De longe em longe é que se dignava.” ([Alexandre Herculano)
Verbos pronominais acidentais:
São verbos que nem sempre se usam com os pronomes átonos. São verbos reflexivos, conjugados como na voz ativa, associando-lhes os pronomes me, te, se, nos, vos, se. O verbo é sempre transitivo (direto ou indireto) e tem como objeto um dos pronomes.
Exs.:
“A Sua filha não se penteia para homens da minha laia” (Camilo Castelo Branco)
“O coração nunca se libertava do seu poder” (Rebelo da Silva)
Observe-se que os verbos pentear e libertar não expressam, sozinhos, a reflexibilidade. Esta surge com a presença do pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito: o pronome substitui o ser que recebe a ação transitiva vinda do verbo. Sem a presença do pronome complemento da mesma pessoa do sujeito, não haveria qualquer ação reflexiva: “ela é que me penteia os cabelos; ela é que me conta histórias.” (Coelho Neto) – “Por que você não vai pentear macaco”? – disse-me a garota.” (Stanislaw Ponte-Preta). Como se pode concluir, a voz reflexiva desaparece e não se distingue mais da voz ativa, quando o paciente (objeto) não se identifica com o agente (sujeito).
O pronome enclítico nas formas pronominais:
Devemos observar o seguinte:
- A primeira pessoa do plural sempre perde o -s final; nas demais formas, os finais não se alteram. Exs.: afastamo-nos, penteamo-nos.
- No futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo, o pronome não poderá ser enclítico. Só admite a mesóclise (início) ou próclise (se não estiver no início). Exs.: afastar-me-ia, pentear-me-ei”.
- No futuro composto (do presente ou pretérito do indicativo), o pronome também não pode ser colocado após o auxiliar, e sim no meio dele: Exs.: ter-me-ia lavado, ter-te-ia lavado. ( o particípio não aceita ênclise)
Conjugação do verbo com pronomes irreflexivos
Os pronomes o, a, os, as não são reflexivos. Quando empregados encliticamente (após a forma verbal), modificam-se conforme o final da forma verbal:
- Se o verbo terminar por vogal ou ditongo oral, empregamos, sem qualquer alteração: –o., -a, -os, -as. Exs.: tenho-o, amo-o, ouvi-o, ajudou-as, levei-os.
- se a forma verbal terminar por -r, -s, ou –z, essas consoantes caem e empregamos as formas -lo, -la, -los, -las.
- Com o final R: amar + o = amá-lo
- Com o final S: fazeis + o = fazei-lo
- Com o final Z: faz + as = fá-las
- Se a forma verbal terminar por nasal (-am, -em, -ão, -ões), os pronomes o, a, os, as devem vir precedidos de um -n- eufônico: -no, -na, -nos, -nas. Exs.: aman + o = amam-no; põe + a = põe-na.
Ponho – ponho-o | Tenho – tenho-o | Fiz – fi-lo | Porei – pó-lo-ei | Diria – di-lo-ia |
Pões – põe-lo | Tens – tem-lo | Fizeste – fizeste-o | Porás – pô-lo-ás | Dirias – di-lo-ias |
Põe – põe-no | Tem – tem-no | Fez – fê-lo | Porá – pó-lo-á | Diria – di-lo-ia |
Pomos – pomo-lo | Temos – temo-lo | Fizemos – fizemo-lo | Poremos – pô-lo-emos | Diríamos – di-lo-íamos |
Pondes – ponde-lo | Tendes – tende-lo | Fizestes – fizeste-lo | Poreis – pô-lo-eis | Diríeis – di-lo-íeis |
Põem – põem-no | Têm – têm-no | Fizeram – fizeram-no | Porão – pô-lo-ão | Diriam – di-lo-iam |
Observações:
- 1. Usam-se as forma –lo, -la, -los, -las depois dos pronomes átonos nos e vos, bem como depois da palavra de designação eis:
Nos + o = no-lo | Vos + o = vo-lo | Eis + o = ei-lo |
Nos + a = no-la | Vos + a = vo-la | Eis + a = ei-la |
Nos + os = no-los | Vos + os = vo-los | Eis + os = ei-los |
Nos + as = no-las | Vos + as = vo-las | Eis + as = ei-las |
- 2. As formas átonas objetivas indiretas me, te, se, lhe, lhes, e nos e vos, vistas no caso anterior, podem combinar-se com as objetivas diretas o, a, os, as:
Me + o = mo; te + o = to; lhe + o = lho; nos + o = no-lo.
Exs.:
O colega enviou o livro a mim – o colega mo enviou.
Não darei licença a ti – não ta darei.
Darias licença a ela? – dar-lha-ias?
Oferecerás o prêmio a nós? – oferecer-no-lo-ás?
Oferecerei o prêmio a vós. – oferecer-vo-lo-ei.
Espero que tenham aproveitado,
Até mais!
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