Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1901, três meses depois da morte de seu pai. Perde a mãe aos dois anos e foi criada pela avó materna (Jacinta Garcia). Estudou em escola pública e formou-se professora primária aos 16 anos. Cecília estudou vários idiomas, canto e violino.
Aos 18 anos publicou Espectros, casou-se aos 21 anos com o artista plástico português Fernando Correa Dias, que passou a ilustrar suas obras, eles tiveram três filhas: Maria Elvira, Maria Matilde e Maria Fernanda (atriz). Lutou pela mudança do sistema educacional vigente.
Em 1927 publicou a prosa poética Criança, Meu Amor. Entre 1930 e 1933 dirigiu a Página da Educação no Diário de Notícias do Rio de Janeiro. Cecília defendeu uma política menos casuísta e uma educação moderna. Rompeu tabus da sociedade, deixando seu marca na História brasileira como defensora da idéia universal da democracia, num período de transição entre duas guerras mundiais.
Por despertar a fúria de muitos com seus artigos, Cecília foi desligada do Diário de Noticias, ela foi para A Nação, onde foi proibida de escrever sobre política. Em 1934 fundou com o marido inaugura a 1º biblioteca infantil do país: O Centro de Cultura Infantil do Pavilhão Mourisco, no Rio de Janeiro. No ano seguinte o marido suicida-se. Sob o Estado Novo, alguns livros foram apreendidos sob acusação de comunismo.
Em 1939 publicou a Viagem, premiado pela Academia Brasileira de Letras. Casou-se novamente, a década de 1950 é de prosperidade e de reconhecimento. Falece no Rio de Janeiro em 1964.
Características:
- Foi uma escritora integral, de capacidade lírica plena e de domínio técnico irretocável.
- Herdou a liberdade de pesquisas formais do Modernismo de 22.
- Mesclou liberdade formal com equilíbrio clássico.
- Preferiu versos curtos de 5,7 ou 8 sílabas e trabalhava bem com versos livres.
- Construiu versos brancos e rimados (ritmos toantes).
- Usa recursos de musicalidade (aliteração, assonância, reiteração).
- Criou metáforas e sinestesias com originalidade (clima mágico).
Temas Constantes:
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- Precariedade da existência humana e da vida.
- A fugacidade dos bens materiais e do tempo.
- A falta de sentido da vida.
- A solidão a que o individuo esta condenado.
- A vida como sonho, a distancia, a perda, a falta.
- Seu tom melancólico é sereno, jamais toca o desespero.
- Sua poesia anseia atingir “um mundo atemporal e imaterial”
- A relatividade não existe e tudo é absoluto.
- Desprezo pela matéria como algo que impede a perfeição e a ascese espiritual.
- Gênero Épico: Romanceiro da Inconfidência (10 anos de pesquisa associando historia e lenda).
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